E foi a pequena estrela atravessar o seio do Céu em busca de sentir em si a leveza de conquistar um espaço em outro alguém. E foi a estrela colonizar o amor na nobre Lua que tanto a encantara. E a estrela chegou lá. Mas as paixões são sentimentos de via de mão única, e a pequena estrela que tanto quis enraizar amor descobriu que estava apaixonada.
A Lua sorriu. O saber que se é amada invadiu todo o seu corpo e a fez querer rir pra vida. Mas logo a Lua se preocupou. Toda a aventura que a pequena estrela se envolvera pra um simples estar perto envaidece qualquer corpo, mas a lealdade da Lua sabia que a paixão que a estrela irradiava precisava saber que a própria Lua já havia entregado seu amor a outrem.
A pequena estrela compreendeu. De longe, muito longe, a estrela se imaginou amando. De todos os sabores que o Céu lhe ensinou, de todos os amores que as outras estrelas lhe contaram, de todos eles a estrela ajuntou um pouquinho. A pequena estrela, de longe, procurou um alguém que traduzisse o amor que queria sentir. E foi na Lua que a estrela se viu.
A Lua, de longe pouco longe, dedicava sua vida a admirar a quem amava. Do mais puro amor que a estrela procurou encontrar, a Lua demonstrava, todas as noites e dias, sentir pela nobre Terra que estava logo ali. A paixão que movia a pequena estrela pareceu se desabrochar em puro amor. Não houve ciúmes, nem inveja. Tudo o que a pequena estrela sempre quis era ter em si a nobreza de um amor, e foi na Lua que ela encontrou.
Bem lá no Céu um brilho surgiu. Estrelas são seres especiais. Não há no universo alguém que seja mais intenso que uma estrela. E com toda a intensidade do mais nobre sentimento que pode existir, uma pequena estrela se entregou à Lua. O amor não se trata de querer para si o amado. O amor trata de querer o outro feliz. A pequena estrela se desfez em luz e cobriu a Lua de brilho.
Logo ali a Terra sorriu encantada. Até hoje Lua e Terra bailam juntas colorindo o Céu.