Tentou achar o caminho de volta para floresta, não conseguiu. Cá estava passando fome, frio e insegurança incontrolável. Começou a definhar em si mesma. Pensamentos de ódio rondaram sua cabeça, mas se limitou a lamentar-se. Lamentou não ter amado a Terra como ela merecia. E lamentou a existência de seres como ela.
Quando já estava fraca o suficiente, conseguiu achar de novo a floresta. Mas sem forças para sobreviver, abraçou a Terra como podia, pediu desculpas e chorou incansavelmente. Naquele dia, a Terra se irritou. Aconteceu o que agora conhecemos como terremoto. A Terra engoliu o corpo da estrelinha e com os últimos suspiros de vida transformou-na em uma semente. A estrelinha agora era inferior ao que era antes, não conseguia se expressar, mas mesmo assim, não se tem dúvida de que está a mais feliz.
Fim.
5 comentários:
Falar por meio de parábolas é um expediente usado de vez em quando pelos grandes autores. E aqui me vejo diante de tamanha sensibilidade artística.
Ternura sempre!
Não sei consegui passar tudo o que queria, mas muito obrigada pelo comentário. Se tinha uma forma de me deixar tão entusiasmada com meus textos, você a usou.
Obrigada.
Quantas estrelinhas pelo mundo, né?!
♥
bjus
Por Sami
atraente suas palavras e a dinamica me deixou bastante curioso...ate posso sentir o suspiro da estrelinha com um sorriso escrito no canto dos labios tentando suportar sua existencia...bjux
Li os seus contos, e me admirei com sua imaginação, criatividade e bom gosto com as palavras. Tens um jeito de escrever "imprevisível", que esconde em cada nova frase uma surpresa aos sentidos. Gostei das poesias também, do outro blog. Aliás, até seu nome é surpreendente... parece nome de fruta rara ^^
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